quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Grandes cineastas brasileiros em debate no 8º SMVC: Glauber Rocha e Sílvio Tendler

“Tem gente que faz filme sobre personagens comuns eu faço sobre personagens históricos”, declaração de Tendler, fazendo referência ao seu filme, exibido hoje no Theatro Treze de Maio.
Sem duvida, a fala do documentarista figurão justifica muito de sua trajetória no cinema.

Bem aos moldes do fazer cineclubista o bate-papo com Tendler se fez de forma horizontal e descontraída. Com ele no palco, estava Luiz Alberto Cassol. O publico infelizmente pequeno, tinha o interesse daqueles que de fato são apreciadores da sétima arte. “Não importa o número de pessoas, falo para aqueles que realmente desejam ouvir”.

No encontro, o documentarista atendeu a diversos debates e discussões. Falou da analogia de labirinto no nome do longa, por Glauber ser uma pessoa intuitiva e inesperada. “Por isso o labirinto, construí imagens e depoimentos que tentavam resgatar Glauber, e de repente ele estava lá no outro caminho”.

Com uma obra pouco compreendida que por ora versa o bitoresco, o cineasta nordestino influenciou muita gente boa como o diretor de Cidades dos Sonhos, David Linch. “Eu mesmo não gostava de assistir ao Glauber, achava meio chato, louco demais. Resolvi fazer o filme para aprender a gostar”

Segundo Tendler é preciso muito mais que assistir aos filmes, apurar o olhar cinematográfico para compreender produções como as de Glauber. “Ele queria mesmo fazer cenas desconexas, instigar o pensamento.”Depois de uma hora e meia, Cassol então encerrou o bate-papo cumprimentando ao cineasta e a todos os presentes, com a frase: “o festival já valeu a pena só por este momento”. E como valeu!

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