terça-feira, 28 de julho de 2009

Erasure - A Little Respect

está muito frio, dá preguiça de escrever aqui! haha

segunda-feira, 27 de julho de 2009

...

"Tinha suspirado.
Tinha beijado o papel devotamente.
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades.
E o seu orgulho dilatado em seu calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo do estímulo por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim uma existência superiormente interessante
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações."

Arnaldo Antunes

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Kramer vs. Kramer


Numa dessas tardes frias, que nada me tira de casa, o pote de pipoca e o cobertor foram minha companhia. Afinal nada melhor quando lá fora o sol não dá as caras e a temperatura é de um freezer. Na TV, Kramer vs. Kramer de Robert Benton me rendeu os olhos inchados para o resto do dia e uma sensação de ternura que eu desconhecia... Explicarei melhor:

Kramer vs. Kramer é um drama de 1979, vencedor de cinco Oscars: Melhor Filme; Melhor Diretor; Melhor Ator (Dustin Hoffman); Melhor Atriz Coadjuvante (Maryl Streep) e Melhor Roteiro Adaptado (da obra homônima de Avery Corman). Precisa dizer mais? Não, mas direi mesmo assim.

Joanna (Maryl Streep) cansada da vida que leva ao lado de Ted Kramer (Dustin Hoffman) resolve sair de casa, deixando o filho do casal, Billy (Justin Henry) com o pai. Ted que se preocupava somente com a carreira se vê dividido entre o trabalho, o cuidado com o filho e as tarefas domésticas. Aos poucos ele consegue conciliar as novas responsabilidades. É aí que Joanna reaparece exigindo a guarda da criança. Fascinado pelos encantos de ser pai, Ted se recusa e os dois vão para o tribunal lutar pela custódia do pequeno Billy.

Para os dias de hoje o tema pode parecer comum, banal. Mas o filme é de uma sensibilidade ímpar. E mais, para os anos 70-80 a relação familiar ali explorada é algo inovador.

Uma mãe abandonar tudo, casa e filho pequeno? O pai ter que desempenhar o papel de pai e mãe? Aparecer todo bobo? Perder o emprego para cuidar do filho? Essa relação de pai e filho era explorada de uma maneira diferente naquela época. Outro ponto inquestionável do filme são as atuações:

Dustin Hoffman sensacional, recém separado contribui muito para a naturalidade do roteiro; Maryl Streep, a gente nem se dá conta que ela aparece em pouquíssimo no filme! Vale pela cena do tribunal que a própria atriz improvisou o discurso; e claro o pequeno Justin Henry, lindo e fofo e como falam na linguagem cinematográfica, "nasceu pronto". Certamente uma das atuações infantis mais convincentes que já assisti.

Kramer vs. Kramer pode ser "mamão com açúcar", é comovente, porém não tão leve quanto parece. Benton torna o simples em fantástico. Quem achou um drama banal talvez não tenha a sensibilidade suficiente para tocar a essência do filme. Pois, tratar de forma tão pura as delicadas e conturbadas relações de família, não é algo tão fácil assim. Vale à pena assistir.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A tristeza permitida

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que normalmente faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair para compras e reuniões — se eu disser que foi assim, o que você me diz?

Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito mais séria, contínua e complexa.

Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou com si mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente — as razões têm e essa mania de serem discretas. “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu ando tão down...”. Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato.

Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor — até que venha a próxima, normais que somos.

Martha Medeiros

Nós, mulheres


Nós, mulheres somos o aprimoramento da raça humana. Somos Eva, não Adão. E me perdoe o leitor XY, mas sim, somos o sexo forte! Afinal agüentamos uma barriga enorme durante nove meses e mesmo assim seguimos lindas e cheias de energia. Enquanto um simples resfriado deixa os “valentões” aí de cama por semanas.

E ainda se comenta que a testosterona deles é que comanda. Mas o fato é que por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher. Afinal gerenciamos a vida de muitos deles: filhos, maridos, irmãos, pais... Temos aquele instinto que é próprio e exclusivo do sexo feminino: somos acolhedoras, preocupadas, doces, carinhosas, mães. Verdadeiras ninjas.

Sabe-se bem que a beleza da mulher é algo aproximado a perfeição. Aquelas desenhadas e delicadas curvas... Saiba que elas seguram as pontas melhor que muito marmancho! Aliás, nossa fragilidade é muito mais um charme do que qualquer outra coisa.

Nós, mulheres vivemos apaixonadas, é verdade! Por aquele sapato da vitrina ou por aquela bolsa da fulana. Ainda nos apaixonamos mais outras mil vezes: pelo Roberto, Fernando, Gustavo... mas esse seres menos evoluídos, não despertam tanto sofrimento assim. Já aquele vestido que manchou de vinho... Esse sim merece nossa dor.

Nós, mulheres fazemos amor sim. E sabemos fingir, é óbvio. Ah, também se engana o homem que acha que mulher não gosta de sexo casual. Esse coitado é só mais um que não sabe nada de nós.
Nós, mulheres choramos, muito. A TPM realmente transforma a gente. E acredite, a novela das oito pode ser algo muito triste.

Ao contrário dos homens que dizem que toda mulher deveria vir com manual de instruções e que é mais fácil ganhar na mega-sena do que entender uma mente feminina. Nós, mulheres não nos esforçamos para entender o sexo oposto.

Por mais escabeladas que fiquemos se ele não ligar no dia seguinte ou se do nada aparecer com outra bem mais nova, sabemos que este era outro que não valeria a pena.

Porque nós mulheres damos conta do recado sempre!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

dia mundial do rock

Elvis
Chuck Berry
Beatles
David Bowie
Stones
Janis
Bob Dylan
Doors
Creedence
AC/DC
Pink Floyd
Mutantes
Ramones
Secos e Molhados
Jimmy Hendrix
Black Sabbath
Led
KISS
The Who
Raul
Neil Young
Oasis
Pearl Jam
Engenheiros
Yggi Pop
Nirvana
Ira!
Strokes

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Hoje é dia de todos os rocks. Treze de julho, dia mundial do rock'n'roll!



quarta-feira, 1 de julho de 2009

judeu errante

Hei de seguir eternamente a estrada
Que há tanto tempo venho já seguindo
Sem me importar com a noite que vem vindo
Como uma pavorosa alma penada
Sem fé na redenção, sem crença em nada
Fugitivo que a dor vem perseguindo
Busco eu também a paz onde, sorrindo
Será também minha alma uma alvorada
Onde é ela? Talvez nem mesmo exista...
Ninguém sabe onde fica... Certo, dista
Muitas e muitas léguas de caminho...
Não importa. O que importa é ir em fora
Pela ilusão de procurar a aurora
Sofrendo a dor de caminhar sozinho

Vinicius de Moraes