segunda-feira, 25 de maio de 2009

nerds com muito orgulho!



Se você é um nerd, PARABÉNS, hoje é o seu dia! Vinte e cinco de maio, dia do "Orgulho Nerd".

Vê se eu posso! Mas que troço é esse?

NERD:
aquele que possui fascínio por conhecimento ou tecnologia e passa horas lendo, estudando sobre o assunto. Estigmatizados como solitário, tímido e desajeitado.
GEEK: é um nerd mais descolado, apaixonados por eletrônicos e tecnologia, porém se dizem mais sociáveis.

Ok!

Regatando um pouco de Maffesoli (sociólogo francês) que trabalha com uma sociologia atual, mais cotidiana, das ruas - digamos assim. Ele desenvolveu o conceito de "tribos urbanas" que seriam grupos que se formam geralmente nas metrópoles. Pessoas com gostos, hábitos e interesses comuns que se reúnem para realizar trocas de experiências e perpetuar o culto a determinada coisa, determinada corrente. Usam roupas características e partilham idéias entre sim, desenvolvendo redes de afinidades.

Um exemplo: os nerds ou geeks!

Logo, como fica difícil reconhecer uma tribo urbana sem padrões e estereótipos, a imagem que - calculo eu - todos tenham dos nerds/geeks (sem depreciações) é daquele sujeito estranho e assustado. Recluso dos demais, que usa óculos e roupas formais meio bizarras e tem sempre um livro de baixo do braço. E usa bombinhas pra asma (...) hahahha. Tipo esse carinha da foto (FONTE: www.monodam.com).

Que horror! Se algum antropólogo ler isso, me mata! Mas enfim, relativizando agora: você que é um nerd e tem orgulho disso, seja feliz e aproveite seu dia!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Da certeza de ter um amigo

Amizade: s.f. Simpatia, estima, afeição independente do amor sexual e da família.

Hoje eu tive uma imagem muito pura de amizade que me fez ir atrás do significado da palavra. Duvido que você já não tenha observado uma vez se quer o mesmo que eu: a lealdade entre um cão e um mendigo.

O homem ia à frente meio sem rumo. Seguindo seus passos, quase como numa marcha, o cachorrinho (daqueles vira-latas mais queridos) o acompanhava de perto. Parecendo um cão de guarda, embora seu corpo franzino e seu rabinho serelepe não inspirassem muito medo.

Mais adiante, no banco da praça, o cachorro encontra um resto de comida e num gesto de aviso, pula no seu comandante, de forma a mostrar o seu achado. O mendigo na hora se vira e corre em direção ao alimento do dia. Sentados lado a lado, um no banco e outro no chão, dividiam cada pedaço do sanduíche velho. Embora as posições definam os personagens, suas feições e trejeitos me fizeram confundir, tamanha similaridade e sintonia de seus corpos.
Um sabia da importância daquilo para o outro, e assim, matavam muito pouco da fome sem reclamar. A preocupação era mútua, em seus olhos sinceros.

Quem ali é de dono de quem? Quem depende de quem? O mendigo e o cão, companheiros da vida. Não tinham ninguém, agora têm um ao outro. Um sentimento terno e descomedido de julgamentos. Sentimento daqueles que dividem as mazelas da rua, e juntos confortam o frio, a carência e a solidão.

Afinal quem mais acolheria aquele pobre homem? Um maltrapilho, cheirando mal. E aquele cachorro sujo? De pêlo enosado, cheio de pulgas.
As condições unem os dois amigos, quase por necessidade. E a necessidade faz nascer no coração um afeto de resistência a pobreza do mundo exterior. Já o interior destes, é rico em carinho e nobreza, pois tem um ao outro. E ninguém duvida disso.

Veja você

Veja você, já não somos mais.
Como a folha que ainda não caiu do galho.
Enquanto todas outras a esperam no chão,
Seguras ao solo e juntas no calor.
Como a folha que estremece
Com o vento que sou.
Veja você, a árvore continua lá
E os seus sonhos já não existem mais.
Como o despejo de uma vida inteira,
Que você deixou cair.
Não mais vê a folha presa ao alto,
Não mais ouve o som do vento a bater.
Veja você, já não somos mais,
Há muito tempo a folha secou.

Sobre jornalismo, Beatles e sonhos


A reportagem dos meus sonhos: BEATLES NO BRASIL. Sim! Amor e admiração que compartilho com muitos pelo planeta. Amor dedicado a história da maior banda de rock de todos os tempos.

Eram eles, aqueles meninos de Liverpool que encantavam multidões e revolucionavam o mundo da música (e outros tantos mundos) nos anos 60: McCartney, Lennon, George e Ringo com roupas e cortes de cabelo peculiares, e fortes posições políticas e sociais. Eram seguidos pela maioria dos jovens da época – e por muitos até hoje.

A reportagem seria a cobertura do show do "Fab Four" (quarteto fabuloso) em território brasileiro. Sendo retratado a partir de meus olhos atentos de jornalista, olhos fascinados de fã incondicional.

Era maio de 1968. Protestos e questionamentos quanto a norma vigente eclodiam na França, e como as vozes que vinham das ruas, o espírito contestador se espelhava por países do mundo todo. No Brasil, protestos estudantis contra a ditadura militar começavam a movimentar os ânimos e instigar uma nova consciência.

Abertura do espetáculo, Maracanã lotado, mais de 80 mil pessoas fazendo coro com a dupla Lennon-McCartney: “Helter Skelter” foi a primeira. E assim, em duas horas e meia de música, passando por “Michelle” (é claro), o show antológico é encerrado com a clássica balada, “Let It Be”. Ovacionados, os gênios do rock saem de cena, sob gritos e choros dos milhares presentes.

Sessenta e oito, ano de agitação política, contestações sociais e espírito transformador pelo planeta. Sessenta e oito, ano de liberdade ameaçada, ano de AI-5 e também do período mais criativo da vida cultural brasileira. Sessenta e oito, ano de música com forma e conteúdo, de idéias fervendo e vontade de se expressar. Sessenta e oito, ano de Beatles no Brasil, o ano que eu gostaria de ter vivido.


- texto para Zero Hora: "a reportagem que eu gostaria de ter feito"

terça-feira, 12 de maio de 2009

"meu limão, meu limoeiro, meu pé de jacarandá"

Cantava Wilson Simonal...

Um artista brasileiro de história intrigante, passagem rápida pela memória do país, porém de música transcendente e talento debochado. Um samba que eu qualificaria de pop – sem ser banal.

Conheci sua música há pouquíssimo tempo através de uma amiga. E posso afirmar o quanto é difícil conseguir material do cantor.

Bom, mas a novidade, a boa notícia é que saiu um documentário sobre a vida de Simonal, tentando desmistificar um pouco deste personagem renegado pelo cenário da música popular brasileira.

"Ninguém Sabe o Duro que Dei", é um filme de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal e conta com depoimentos de gente como Nélson Motta, Chico Anisio, Max de Castro, Simoninha, Ziraldo, Jaguar, Toni Tornado e Pelé.

A história de “Simona” versa pouco sobre música e muito sobre tumulto e confusão. Em 1971 foi acusado de ser informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), que torturava possíveis adversários da ditadura militar. E desde então pagou pela fama de dedo-duro e traidor. Fama esta que acompanhou Simonal até o fim da carreira e da vida:

"Eu não existo na história da música brasileira", queixava-se à sua mulher, Sandra Cerqueiraque que acompanhou seu fim. Simonal faleceu em 2000, alcoolatra e armagurado.

O documentário traz também os anos felizes do artista, em 60 e 70 com seus momentos de glória e de música (muito) boa! A estréia nacional está marcada para o próximo dia 15.

Aí, um vídeo com trechos do documentário:

aos meus amigos

Acho que traduz bem meu dia, que o diga a minha terapeuta! haha...

Vera Loca

Hoje já não somos mais tão magros, nossa memória não é mais a mesma;
Nosso forte nunca foi a beleza, isso nunca foi problema, eu tenho certeza.
Orgulhosamente seguimos bêbados, orgulhosamente seguimos sonhando!
Que seremos eternos , nossos filhos serão os jovens e nós os modernos.
Quem inventou a razão a emoção desconhece, criamos a falsa impressão que só corpo que cresce.
Sofremos juntos com a dor dos amigos.
A amizade é maior do que tudo, já diziam os antigos!

domingo, 10 de maio de 2009

penso, logo estou em crise.

Tava lendo a Semana agora pouco e a matéria de capa é algo assim: “Eles têm entre 25 e 30 anos e não sabem o que fazer da vida: jovens têm mais dinheiro, liberdade e cultura do que gerações anteriores e não sabem o que fazer com isso”. Coincidentemente ou não, antes eu estava fazendo o que? Reclamando da vida! Ando numa fase terrível, me sinto inútil, desocupada, totalmente sem serventia e sem perspectiva. A vida afetiva então... melhor não comentar. Sintetizando: fase daquelas de sentir inveja da própria irmã. Sim, sou mulher, sou invejosa (...) pronto, fim de assunto.

Mas, falando da matéria, a tal pesquisa denominada a the quarterlife crisis (a crise de um quarto de vida) parece realmente fundamentada. (vide... EU). Pena eu não tê-la em mãos agora – e saliento, não estou tentando fazer jornalismo não. Essa aqui estaria mais para a sessão de desabafo do blog.
Enfim, não me enquadro na faixa etária da pesquisa, tenho 21, mas sim me sinto mais uma jovem do século 21 que não sabe o que fazer com sua liberdade – como diria meu pai. Ainda não achei minha função, nem meu espaço no mundo atual.

Falam de nova padrão de sociedade e estrutura familiar, eu não desconsidero é claro. Sei bem o que a minha amiga sociologia diz sobre tudo isso. No entanto minha outra amiga, Martha Madeiros em seu texto á Zero Hora de hoje nos trouxe uma teoria bem mais simplista (como se fosse difícil ser mais simples que os sociólogos).

Nessa de dia das mães (Mãe, te amo!) e maternidade, Martha escreveu para seu sobrinho que nasceu hoje, apresentando ao Rafa o mundo aqui de fora. Entre dicas e conselhos, com aquela narrativa que nos faz bem ao ego, a escritora falou das muitas escolhas que ele terá de fazer ao longo de seus anos.
E procurando privar o Rafa de ser um desses jovens em crise, mandou: quem pensa muito, não vive.

O jovem de hoje, de classe média, pensa demais. Temos tempo para isso. Temos muitas opções e direitos. O que não sabemos é que o tempo continua o mesmo da época de nossos pais e avós. Este passa como sempre passou e nós e nossas dúvidas vamos ficando para trás. Assistindo ao tempo passar. Levando nossos sonhos e nos deixando essa impotencialidade de não saber o que fazer.

Na mesma reportagem essa, um pesquisador cita jovens que “se dedicam” a noitadas regadas a álcool, drogas e sexo casual tentando achar um sentido para vida. E lembra o quanto é falho este método. Pois, mais uma vez o tempo passa.

Não que este seja meu caso, não achei minha teoria ainda, mas já devo ter feito algumas escolhas erradas. Afinal qual é o sentido da vida de cada um? Por que em tempos tão rarefeitos, tão líquidos (aqui falo de meu amigo Bauman e sua teoria da liquidez) é tão difícil encontramos a felicidade? Onde tudo é tão volátil e aparentemente descomplicado, complicamos com que? Qual o nosso ideal de felicidade?

Sim, definitivamente pensamos demais!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um encontro com o poeta canalha

Fabrício Carpinejar esteve na Feira do Livro de Santa Maria. E quem não pode ir a Praça Saldanha Marinho no último sábado, definitivamente perdeu de conhecer a figura.
No espaço conduzido pelos professores Luciano* e Denise*, Carpinejar fez muito mais do que falar de literatura, deu um show de autenticidade e simpatia.

Irreverente como de costume, usava roupas chamativas e distribuía óculos e perucas aos entrevistadores. Durante uma hora e meia que esteve no palco o escritor falou da infância, de comportamento feminino, de suas fragilidades e relacionamentos. Carpinejar conquistou todos que assistiam quando recitou a poesia Canalha! interagindo e caminhando entre o público.

Nascido em Caxias do Sul, o poeta, jornalista, cronista (e showman) tem 13 livros publicados. Entre seus trabalhos mais reconhecidos estão Cinco Marias e Caixa de Sapatos que lhe deu notoriedade nacional em 2003.

Ainda no mesmo palco da Feira passou gente como Rui Carlos Ostermann e Duca Leindecker.