domingo, 10 de maio de 2009

penso, logo estou em crise.

Tava lendo a Semana agora pouco e a matéria de capa é algo assim: “Eles têm entre 25 e 30 anos e não sabem o que fazer da vida: jovens têm mais dinheiro, liberdade e cultura do que gerações anteriores e não sabem o que fazer com isso”. Coincidentemente ou não, antes eu estava fazendo o que? Reclamando da vida! Ando numa fase terrível, me sinto inútil, desocupada, totalmente sem serventia e sem perspectiva. A vida afetiva então... melhor não comentar. Sintetizando: fase daquelas de sentir inveja da própria irmã. Sim, sou mulher, sou invejosa (...) pronto, fim de assunto.

Mas, falando da matéria, a tal pesquisa denominada a the quarterlife crisis (a crise de um quarto de vida) parece realmente fundamentada. (vide... EU). Pena eu não tê-la em mãos agora – e saliento, não estou tentando fazer jornalismo não. Essa aqui estaria mais para a sessão de desabafo do blog.
Enfim, não me enquadro na faixa etária da pesquisa, tenho 21, mas sim me sinto mais uma jovem do século 21 que não sabe o que fazer com sua liberdade – como diria meu pai. Ainda não achei minha função, nem meu espaço no mundo atual.

Falam de nova padrão de sociedade e estrutura familiar, eu não desconsidero é claro. Sei bem o que a minha amiga sociologia diz sobre tudo isso. No entanto minha outra amiga, Martha Madeiros em seu texto á Zero Hora de hoje nos trouxe uma teoria bem mais simplista (como se fosse difícil ser mais simples que os sociólogos).

Nessa de dia das mães (Mãe, te amo!) e maternidade, Martha escreveu para seu sobrinho que nasceu hoje, apresentando ao Rafa o mundo aqui de fora. Entre dicas e conselhos, com aquela narrativa que nos faz bem ao ego, a escritora falou das muitas escolhas que ele terá de fazer ao longo de seus anos.
E procurando privar o Rafa de ser um desses jovens em crise, mandou: quem pensa muito, não vive.

O jovem de hoje, de classe média, pensa demais. Temos tempo para isso. Temos muitas opções e direitos. O que não sabemos é que o tempo continua o mesmo da época de nossos pais e avós. Este passa como sempre passou e nós e nossas dúvidas vamos ficando para trás. Assistindo ao tempo passar. Levando nossos sonhos e nos deixando essa impotencialidade de não saber o que fazer.

Na mesma reportagem essa, um pesquisador cita jovens que “se dedicam” a noitadas regadas a álcool, drogas e sexo casual tentando achar um sentido para vida. E lembra o quanto é falho este método. Pois, mais uma vez o tempo passa.

Não que este seja meu caso, não achei minha teoria ainda, mas já devo ter feito algumas escolhas erradas. Afinal qual é o sentido da vida de cada um? Por que em tempos tão rarefeitos, tão líquidos (aqui falo de meu amigo Bauman e sua teoria da liquidez) é tão difícil encontramos a felicidade? Onde tudo é tão volátil e aparentemente descomplicado, complicamos com que? Qual o nosso ideal de felicidade?

Sim, definitivamente pensamos demais!

Um comentário:

  1. é... dúvidas! Todos passam por isso, e é isso que chamamos de viver. Michi, Michi... não se sinta desocupada, você é estudante!
    ;):*

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