terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ah! Se toda sexta-feira 13 fosse assim


Era sexta-feira 13, o mundo lá fora parecia desabar em meio a um vento forte que anunciava mais um temporal. Tudo colaborava para uma noite típica de horror, como sugere o dia cabalístico. Mas, para as mais de 200 pessoas que lotaram o Teatro Treze de Maio, o clima era exatamente o oposto. Beth Goulart e Clarice Lispector – já explico – fizeram daquela noite, extasiante para olhos, ouvidos e corações de todos os presentes.

Reflexivo e instigante, o espetáculo Simplesmente Eu, Clarice Lispector de direção, texto e interpretação – e que interpretação – da estonteante Beth Goulart trouxe ao palco algumas das tantas mulheres que habitavam a mente de Clarice. Através de falas emocionantes, e da intensa atuação de Beth, a peça reconstruiu diversos momentos da vida e obra da escritora.

Uma mulher apaixonada, a mãe de Deus, uma dona de casa, todas elas foram trazidas para muito perto do público que descobriu se identificar ainda mais com os textos de Clarisse, que de fato através de seu tom intimista falava de todos nós.

Bem mais que uma homenagem a escritora brasileira nascida na Ucrânia, o espetáculo trouxe nas personagens de Clarice todo o encanto e profundidade de sua obra. Contou com figurino e iluminação impecáveis também.

Ainda, no fechar da cortinas do teatro, Beth se postou frente a toda platéia e deu inicio a um bate-papo que foi muito além do espetáculo, falou da vida, do passado, do futuro e tudo mais que Clarice nos trouxe em seus textos.

Sem dúvida, uma sexta-feira 13, que ficará na memória não pelas crendices que rodeiam a data, mas pela noite especial que foi. Trouxe arte, leitura e reflexão para junto de todos aqueles que estiveram no teatro. Uma sexta-feira 13 diferente de todas, ainda bem.

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