“Ando tão à flor da pele” que meus sentimentos parecem táteis e aveludados. Meus pensamentos mais acelerados e poluídos. Como o trânsito de automóveis na metrópole e das crianças pelo mundo.
Zeca Baleiro chegava a “chorar com um beijo de novela”... Minha intensidade não chega aí, aliás, pouco tenho visto novelas. Fico no meu mundo de idéias e formas pouco ajustadas para mim. Extravaso aqui e pisando firme no chão. Num livro aberto em cima da mesa ou num copo de cerveja.
“Ando tão à flor da pele” que sinto pulsão em meus instintos e minha vontade parece deixar a consciência se esconder em jargões. Minhas unhas vermelhas já não fazem mais sentido, nem minha prece por um desejo vazio e mal acabado.
“Ando tão à flor da pele” que meus olhos parecem não confiar mais em mim. A miséria já não me comove mais e a liquidez das relações me dá enjôo.Tenho chutado pedras na rua sem me importar com a direção.
“Ando tão à flor da pele” que perco o rumo por um segundo e meus ideais com a ventania nas ruas. Assisto patologias de um tempo passado a me perseguirem como se quisessem me avisar de alguma coisa. Como se fossem coletivas ao mundo todo. E interiores só a mim.
“Ando tão à flor da pele” que este momento parece nunca acabar.
"Ando tão à flor da pele que meu desejo se confunde com o vontade de não ser"
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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poetico!
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