Eu gosto tanto de escrever sobre as pessoas e nunca senti muita dificuldade nisso. Para mim funciona como um exercício de redação em que eu posso colocar toda minha subjetividade. Escrever com coração.
Da minha mãe eu só havia escrito em pequenos cartões, dia das mães, natal, páscoa etc. Coisa de colégio mesmo.
Agora sentei aqui na vontade de escrever sobre ela - que é maior que o mundo para mim - e me deu aquela insegurança. Como se eu não tivesse material suficiente para produzir o texto da minha vida. Que coisa!
Eu poderia tentar definir a palavra mãe, mas acredite, é algo muito mais complicado e bonito que isso! Na verdade eu a chamo assim (entre outros apelidos carinhosos), mais por uma questão normativa do que por expressividade própria.
Acho que nem eu, nem a pessoa ou coisa ou entidade ou instituição que inventou o termo "mãe" conseguiríamos tornar palavra, o que de fato ela significa e representa para mim. Acho que nem mesmo o poeta que tanto fala e parece entender de amor, seria capaz de me ajudar nessa tarefa.
Eu poderia dizer que ela é minha referência para qualquer percepção de mundo, para qualquer sentimento que eu possa nutrir. Que eu vejo tudo, um pouco através dos olhos dela, e que para mim eles são os sinceros que existem.
Poderia dizer que eu aprendi a abraçar alguém estando em seu colo, e aprendi o valor de tudo isso depois vê-la chorar. E que fique claro que eu detesto assistir ao seu choro, que seria capaz de poupar meu riso e sentir minha lágrima para que a dela fique guardada. E o seu riso garantido.
Eu poderia dizer que não existe alguém em quem eu confie mais, que não existe alguém que me desperte tanto, entre outros instintos, o de proteção absoluta. Porque embora ela seja a fortaleza que me estabiliza, também representa para mim, toda a fragilidade de algo raro que deveria ser intocado.
Eu poderia também falar da relação consangüínea, que agrega os laços de família e eternidade. Falar dos cuidados que ele me dedicou nos nove meses de gestação e continua dedicando em vinte e um anos de vida.
Eu poderia falar de amizade, pois de fato ela é minha melhor amiga. Falar da certeza de um carinho retribuído, de uma cumplicidade infinita.
Enfim, minha mãe - na falta de adjetivos superiores: aquela que é de ofício e de fato, de sangue e de coração. E assim sempre vai ser.
O amor primeiro dos amores para mim.
Feliz aniversário! As coisas boas aquelas, ela conquista sem que eu deseje, pois se Deus não der á ela paz, saúde, felicidade e sucesso. Ninguém mais receberá.
Mãe, te amo! E isso não é tudo.
* Um Bee Gees de presente, já que ele adora!