Anna Andreevna Gorenko (1889 - 1966), pseudônimo: Anna Akmatova. Começa a escrever aos 11 anos, escondida do pai. Torna-se então um dos grandes nome da poesia moderna russa.
De liguagam simples e clara, sua poesia é extremamente humana. Fala com naturalidade dos sentimentos dela. Tem tom intisma e confessional. Foi a primeira mulher russa a escrever de modo feminino, sem se preocupar com isso. Entre suas criações mais famosas estão "Requiem" e "Poema Sem Herói".
A obra de Anna Akmatova foi traduzida e organizada pelo jornalista mineiro Lauro Machado Coelho. Com poesias selecionadas de 1912 a 1964 o livro Antologia Poética foi lançado recentemente pela coleção L&PM Pocket.
Na maioria das livrarias, esse tesouro para os apreciadores de poesia, sai por R$13,50.
Vale a pena conferir!
Abaixo segue um trecho da entrevista de Lauro Machado Coelho cedida a editora (www.lpm.com.br):
L&PM Editores – Como surgiu o seu interesse pela vida e pela obra de Anna Akhmátova?
Lauro Machado Coelho – Eu tinha dezoito anos em 1962, quando encontrei os primeiros poemas de Akhmátova em uma edição bilíngüe da Editorial Progresso, La Poesía Soviética Rusa, traduzida pelo poeta chileno Nicanor Parra, o irmão da cantora Violeta Parra. A força de seus poemas, de uma dicção muito especial, a integridade daquela mulher – na época ainda viva – que enfrentou as piores pressões e humilhações sem se deixar quebrar, fez com que eu me apaixonasse instantaneamente por ela. Amor à primeira vista. Namoro para a vida inteira. Akhmátova viu o fim do regime imperial – ela tinha 28 anos na época da Revolução – sobreviveu aos horrores do stalinismo, e morreu em 1966, convertida em um verdadeiro monumento de sua época. O Destino tem um senso de humor muito peculiar. Ela morreu em 5 de março, o mesmo dia em que, treze anos antes, morrera Iósif Stálin, do qual ela triunfou.
L&PM Editores – Qual a importância da poesia de Anna Akhmátova?
Lauro Machado Coelho – A sua profunda humanidade. A capacidade que ela tem de falar de seus próprios sentimentos de uma forma tão universalizante que qualquer indivíduo pode identificar-se com ela. Akhmátova é a primeira poeta russa que não tenta rivalizar com os homens dentro de seu terreno. A sua é uma típica poesia de mulher. Mas escrita de tal maneira, que um homem pode perfeitamente compreender e sentir a intensidade do que ela está dizendo. E mais: é uma poesia de simplicidade clássica, despojada, de enorme sobriedade. Capaz de concentrar toda uma vida numa estrofe de quatro versos, como dizia um dos estudiosos de sua obra.
L&PM Editores – Você pode nos dar uma breve explicação sobre a escola literária russa acmeísta, da qual Anna foi fundadora?
Lauro Machado Coelho – O acmeísmo – palavra que vem do grego "acme", a essência – foi um movimento de repúdio tanto do hermetismo e do esoterismo simbolista quanto das experiências demasiado radicais do Modernismo, a vanguarda moscovita reunida em torno de Maiakovski e Khlébnikov. Ele foi proposto pelo Tsekh Poétov (a Oficina dos Poetas), de São Petersburgo, como uma forma de fazer uma poesia direta, sem excesso de adornos, que refletisse a realidade à volta dos poetas. Além de Akhmátova, na Oficina estava o seu primeiro marido, o poeta Nikolái Gumilióv.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
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